quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Praxis - a visão do espelho

Hoje vi um filme polémico.... Na cidade onde vivo, quase explosivo, incendiário. Um filme que pretende dar uma pequena espreitadela ao mundo universitário, acabou por provocar um tumulto em plena sala de espectáculos... Em boa verdade nada do que passou nas filmagens pode ser chamado de praxe! Em boa verdade tudo o que passou no filme aconteceu, e acontece, na realidade. Ouviram-se opiniões tão opostas quanto o dia da noite... errou-se em não haver um meio termo. Todos os pontos de vista têem o seu quê de razão... na minha opinião. Vamos falar sobre o que aconteceu. O filme mostra uma dita praxe baseada na humilhação do ser humano em prol de outro.... O filme mostra uma praxe aceite a nível geral, combatida por poucos, que tem pouco conteúdo cultural, pedagógico e de integração. O problema do filme não é a praxe. O problema da praxe é a bola de neve criada por maus praxistas. Um mau praxista que não é corrigido, ensina aos seus caloiros a praxar mal.. e por ai adiante! O problema é que os doutores praxistas permitiram ao longo dos tempos a má praxe. Foram subservientes com pequenos abusos e distorções do código de praxe até à total deturpação da mesma. Juntar isto à cultura da liberalização da educação dos mais novos é igual ao filme que vimos. Eu aprendi a praxar pelo velho código, pela velha conduta. Eu soube o código de trás para a frente, porque me interessei por saber, por ter sido educada sobre regras e condutas, por saber que tudo ter uma ordem e um lugar, tudo tem limites... até a anarquia é hierarquizada e organizada! Na minha praxe conheci uma cidade estranha, amigos que nunca tinha visto, culturas que nunca imaginei, ideias e vidas nunca pensadas. Em boa verdade é isto que é a praxe. Aproximar pessoas de diferentes lugares, integrá-los numa cidade e num projecto de vida e fazê-los sentir em casa. Sou a favor das pessoas anti-praxe. Mas só e apenas quando as pessoas que se declaram anti praxe se deixam praxar ou tomam conhecimento do que é realmente a praxe e do seu código e mesmo assim não concordam com ela. Todos temos direito a poder escolher e não ser posto de lado ou criticado por isso. Mas sempre com o devido conhecimento de causa. Dizer que somos contra ou que não concordamos sem sequer sabermos do que estamos a falar, só porque alguém disse que não era bom, não era correcto é a mesma coisa que ser um espectro de pessoa vagueante no mundo, sem rosto nem opinião, apenas pequenas visões dos outros.