sexta-feira, 26 de junho de 2009

Velocidade

Este texto foi escrito há já algum tempo e à medida que o lêem, vão perceber que na altura em que foi escrito, a felicidade que sentia quase que explodia dentro do meu peito, e se quiserem um desafio, experimentem, à medida que vão avançando, acelerar a leitura, e aí conseguiram ter mais ou menos a noção de como eu me sentia.....

"Adoro dizer que adoro,
adoro quando mexo um dedo, um braço, um olho...
adoro as noites de borga, os dias de sono,
as férias a trabalhar.... o barulho do mar....
Adoro as conversas de loucos
aquelas que tenho quando permaneço calada,
enquanto o meu cérebro trabalha a mil à hora
e rebenta com o contador do tempo
e faz-me parar para pensar
que vivo depressa demais,
com sede demais,
com intensidade demais,
com sentimento a mais,
e que acabo por não viver
tal é a pressa que o tempo acabe....
e depois sento-me na areia
olho para a imensidão
da calma e da fúria,
tal como a minha vida
e penso que a partir de agora
tudo será diferente
mais calmo, mais momentâneo,
mais carpe diem...
Mas só dura naquela fracção de tempo
porque depois...
Easy on me baby!!!!!
Porque a viagem até à lua
é sempre a subir
e pelo caminho temos,
tectos, telhados, cabos de alta tensão,
aviões e nuvens, entre tanta coisa
até chegar ao planeta do queijo
que dizem não ter gravidade
que não me faz ter os pés no chão
que me manda de volta
numa viagem vertiginosa
onde aterro de forma violenta
na vidinha apressada
vivida intensamente
desesperadamente
com demasiada pressa
e depois percebo que não disse que te adoro
a ti, a ela, à outra,
ao do lado, ao de trás, da frente,
que ficou em casa, na cama,
no trabalho, na escola....
Porque eu adoro dizer que adoro
porque nunca é demais
e o tempo pode ser demasiado curto
porque o esgotamos depressa demais
com a pressa de vivermos intensamente
antes do tempo todo que temos
porque o tempo pode faltar...
E antes que o tempo se esgote
e a vida me falhe,
quero-te dizer.... Adoro-te.

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